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Entrevista: Cláudia Alencar


Cláudia Gomes de Alencar
Atriz, escritora, professora, bacharel licenciada em Teatro pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, chegou a cursar Ciências Sociais, também na USP, mas parou após três anos.
Lutou contra a censura e contra o governo nos anos 70, sendo submetida à tortura pelos militares. É mãe de Yann, nascido em 1988, e de Crystal, nascida em 1991.
Como atriz, atuou em 34 peças de teatro, 33 trabalhos para a televisão e 10 longas metragens. Posou nua para a STATUS em maio de 1983, fotografada por Arnaldo Kjain se firmando como símbolo sexual e quatro anos depois para a Playboy, em março de 1987 quando interpretava a Patativa da novela "Roda de Fogo" (edição que está entre as recordistas de vendas até hoje e o ensaio foi clicado pelo excelente Bob Wolfenson). 
Tem 4 livros de poesia publicados, 4 antologias e 2 livros sobre pesquisas teatrais através do IDART (Departamento de Informação e Documentação Artística).
Criou uma coleção de joias com frases filosóficas e poemas escritos em ouro nas peças em parceria com a joalheira Lea Nigri e está lançando sua segunda coleção: Chacras, colares folheados a ouro com os 7 chacras representados, em parceria com La Madame Co.
Cláudia recebeu 10 prêmios por suas atuações na televisão, teatro e cinema, como o Premio Qualidade, por sua atuação na novela "Esplendor", da Rede Globo. No teatro mereceu o Prêmio Governador do Estado de São Paulo e melhor atriz no Festival Nacional de Petrópolis por sua atuação no filme "Réquiem Para Laura Martin" de Paulo Duarte e Luiz Rangel, entre outros.


Seu primeiro ensaio nu foi para a revista STATUS, o que te fez aceitar o convite da revista?
Cláudia Alencar: Vencer meus limites realizando arte através do corpo.

Nos anos 70 e 80 era quase inevitável uma grande atriz posar nua para uma revista, qual era a importância naquela época, para uma atriz posar nua?
CA: Não vejo assim. Algumas eram convidadas, mas não era imprescindível e o preconceito era grande. Esse era um desafio para quem até então, ganhava a vida com sua massa cinzenta e não muscular (risos).

Você tinha alguma restrição em relação à sensualidade?
CA: Jamais. Mas com pornografia sim. Libertária, mas nunca libertina!

Qual a diferença entre o ensaio para a STATUS e o ensaio para a PLAYBOY?
CA: As duas produções eram esmeradas e o meu medo e timidez foi igual. Precisei vencer-me!

Você tem um favorito?
CA: Prefiro a Playboy, estava mais solta. Não me importei em fazer poses. Dancei para a câmera sem me importar em enxugar a barriguinha, nem em empinar nada (risos).

Qual a sensação de ser um símbolo sexual e uma atriz premiada?
CA: Não me sinto símbolo sexual e os prêmios me deram reconhecimento momentâneo. Me sinto uma atriz no sentido pleno da palavra, que luta diária e dignamente para produzir arte e viver dela como meus ancestrais da mesma família, Eleonora Duse, Molière, Shakespeare...

Você é uma mulher extremamente bonita. Em algum momento a beleza te incomoda?
CA: Obrigada pelo elogio, mas minha "beleza" sempre foi normal o que sinto é que minha alma, minha atitude frente a vida tenham dado a ela luminosidade e carisma. 

Já foi convidada novamente para posar nua? Hoje você aceitaria?
CA: Não recebi mais convites. Seria novamente um desafio ou maior ainda, com certeza mais belo, porque me sinto mais madura e criaria um conceito estético que valorizaria ainda mais o trabalho.

No seu currículos tem inúmeras novelas, peças de teatro, tem algum personagem que você se sentiu mais feliz interpretando e tem algum que hoje você não faria?
CA: Adorei todos, faria todos. Minhas filhas. As mulheres que me habitam e que jorraram de mim.

Como você analisa sua primeira interpretação à atual?
CA: Ah... Nada como o tempo para nos embelezar e aprofundar externa e internamente. O diamante quanto mais lapida mais prisma e valor tem.

Dizem que um vilão é a melhor forma do ator se expressar. Em sua opinião, qual a melhor personagem para uma atriz?
CA: O personagem que é mais diferente da personalidade do ator, mais desafiante. 

O que é mais complicado: posar nua, atuar na TV, no teatro ou ter uma vida pública?
CA: Posar nua com certeza. Muito desafiante. Uau!

Onde podemos encontrar Cláudia Alencar atuando hoje e quais os projetos futuros?
CA: Estou em Os Monólogos da Vagina em Sampa. 
Lançando meu quarto livro de poemas na FLIP (Festa Literária Internacional de Pernambuco) de Olinda dia 14 de novembro.
Lanço minha coleção de joias dia 20 de novembro e busco patrocínio para minha exposição de fotos que cliquei com um doas maiores fotógrafos da Vogue, J.C. Bergamo sobre "A Mulher do século 21", onde represento 22 mulheres da história da humanidade. Essa exposição vai para Rio, São Paulo, Finlândia, NY e Lisboa.
Acabo de finalizar o seriado do GNT " Beleza S.A." onde fiz a Lenira, que está no ar as 23h todas as quartas e sextas. Atuei no Multishow, no reality-ficção "Filho da Mãe" ao lado do meu filho Yann.

A STATUS voltou a ser editada com outro perfil, na época do seu ensaio era diferente, tinha um apelo cult, o que você acha da fase anterior e da atual da STATUS?
CA: A anterior tínha grandes escritores e colunas ousadas e mais profundas do que a atual.

Deixe um recado para os nossos leitores e para seus fãs:
CA: Busquem seus espaços interiores: habitem no silêncio. Saibam quem são, o que querem e lutem por seus sonhos. Cada um nasceu com uma digital e cultivar sua individualidade é o que irá mudar o mundo e te fazer feliz. "Conhece-te a si mesmo!", como diria Sócrates.

*Entrevista cedida em 04 de novembro de 2013, à Anderson Gomes Leal

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